terça-feira, 30 de setembro de 2014

Brincar e aprender na primeira infância - Atividades, rimas e brincadeiras para a educação de infância


 
     Hoje trago-vos informação de mais uma obra que considero muito interessante. Brincar e aprender na primeira infância - atividades, rimas e brincadeiras para a educação de infância de Isabel Aguera. Neste livro podemos encontrar vários tipos de texto como contos, rimas, poesias, etc. e atividades, associadas a eles, que permitem o desenvolvimento das crianças no que concerne às expressões, à oralidade, o raciocínio, a socialização e a motricidade.
       A autora organizou a obra de uma forma coerente e cuidadosa. Tal como no planeamento das atividades educativas, ela apresentou as finalidades e os objetivos que pretende atingir com as estratégias que apresenta no livro. Para respeitar os interesses das crianças no processo de ensino-aprendizagem, organizou as atividades em oito temas:

  • A fotografia como estratégia
  • A poesia, um bem necessário
  • Pequenos contos
  • Jogos encenados
  • Festas e celebrações
  • Viagens e passeios
  • Música e trabalhos manuais
  • Aprender a pensar. Adivinhas
     Assim, apresento a seguir um conjunto de atividades que me parecem bastante cativantes e lúdicas. No entanto, a seleção destas não significa que sejam melhores do que as restantes atividades presentes na obra.

  • Falamos ao telefone
    Para realizar esta atividade devemos procurar fotografias em que haja crianças a falar ao telefone (ou ao telemóvel).
     Se possível, as fotografias devem ser das crianças que vão realizar a atividade.
     Vamos supor que somos nós a falar com elas.
     A conversa deve cingir-se a perguntas simples e de fácil resposta.
    Podem escolher-se fotografias de diferentes crianças e reproduzir a suposta conversa que tiveram. As restantes crianças podem intervir.
    Vejamos uma experiência prática para servir de exemplo:

Uma conversa telefónica

JAVIER: Olá.
ÂNGELA: Olá. Estou na cama da avó.
JAVIER: E eu estou na casa da praia.
ÂNGELA: Bom, adeus.
JAVIER: Adeus.

     A conversa será bem diferente se forem os educadores ou os pais a ter uma conversa com as crianças. Por exemplo, eu falo com o Javier:

EU: Olá, Javier, sabes quem fala?
JAVIER: É a avó.
EU: A avó? E como é que eu me chamo?
JAVIER: Isabel.
EU: Isso. E o que estás a fazer?
JAVIER: Estou ao telefone.
EU: Onde é que está a mamã?
JAVIER: Na cozinha.
Etc.

     A propósito do telefone, e já que todos os pais e, por vezes, as crianças já têm telemóvel, não há nada que possa ajudar mais os educadores e pais que esta ferramenta para fomentar o vocabulário e a expressão oral em geral. Bastará um telefone ou um telemóvel de brincar para que as crianças se exprimam com uma simples indicação:
  • Fala com a mamã.
  • Fala com a avó.
  • Fala com os primos.
  • Etc.


  • Paisagens para um conto
       Há uma atividade à qual penso já ter feito referência e que as crianças adoram. Trata-se de tirar e pôr coisas, por exemplo, numa caixa, num frasco ou, simplesmente, num sobrescrito.
      Às vezes, quando estou com os meus netos, distraio-os, e os mais novos adoram que lhes peça que recolham folhas secas e que as metam em recipientes e caixas vazias. Metem-nas e tiram-nas sem se cansar.
      Daí a proposta seguinte. Sobre uma mesa deverão compor desenhos com imagens que o educador terá previamente recortado e organizado em bolsas plásticas: árvores, casas, pássaros, nuvens, estrelas, crianças, animais, etc., de modo a que se habituem à ideia de ordem e arrumação. Por exemplo: bolsas com sóis, bolsas só com casas, bolsas com aves, bolsas com árvores, etc. Tudo em bolsas plásticas (ou outras) de vários tamanhos.
    Depois, o educador explica que têm de ir colocando na mesa as coisas que se vão nomeando à medida que é dita a história. Por exemplo:

              Era um dia em que o sol nasceu muito contente.
                  (As crianças tem de tirar o sol e pô-lo à sua frente.)
              De repente, apareceu uma nuvem.
                  (As crianças fazem o mesmo com a nuvem.)
              Havia umas árvores que tinham muita sede e ficaram muito contentes.
                  (As crianças colocam árvores.)
              Mas o sol não queria ficar tapado e chamou um irmão seu.
                  (As crianças colocam outro sol.)
              Então apareceu a lua e disse: «Vai-te embora, sol, já é de noite».
                  (As crianças põem a lua.)
              E o sol teve de deixar que a nuvem regasse as árvores.
                  (As crianças tiram os sóis.)

     Com esta simples atividade as crianças vão aprender:
  • Que coisas colocar e onde.
  • Como as coisas devem estar direitas e não parecer caídas.
  • Como evitar que as coisas estejam umas em cima das outras.
  • Que coisas devem estar mais juntas ou mais separadas.
  • Pode sugerir-se-lhes que coloquem outros elementos e que contem a história, justificando-os.


  • Brincamos a desculpar-nos
      É um jogo que me foi ensinado pelas crianças. Começa-se com o nome de qualquer criança.

TODOS (cantarolam): O Tiago roubou pão da casa do Ti João.
TIAGO: Quem, eu?
TODOS: Sim, tu!
TIAGO: Não fui eu!
TODOS: Então quem foi?
TIAGO (diz o nome de outra criança): Mariana!
TODOS (começam de novo): A Mariana roubou pão da casa do Ti João.
MARIANA: Quem, eu?
TODOS: Sim, tu!
MARIANA: Não fui eu!
TODOS: Então quem foi?
MARIANA (diz o nome de outra criança): Isabel!

   E assim continuam, culpando-se uns aos outros. Com esta brincadeira, as crianças conseguem passar imenso tempo a divertir-se. Este jogo, com efeito, aprendi-o num passeio com um grupo de crianças.

  • O automóvel
GRUPO 1:
                      O meu carro tem
                      Uma cor bonita
                      Anda bem depressa
                      Gosto quando apita.

GRUPO 2:
                      E quando eu crescer
                      Hei-de o conduzir
                      Para baixo a descer
                      Para cima a subir.

TODOS:
                      Vou usar o cinto
                      Vou conduzir bem
                      Respeitar os outros
                      Faz isso também.

  • Pensar com adivinhas
     As adivinhas, a todos os níveis, são uma boa fórmula para que as crianças tenham de pensar, ao mesmo tempo que as diverte.
Ofereço aos educadores e pais umas simples adivinhas que são uma brincadeira elementar. Vejamos algumas.
  1. Ora escuras, ora claras, às vezes esfarrapadas, se começam a chorar deixam as terras molhadas. O que é? (NUVENS)
  2. De todas as cores vestido para quem me está a ver, eu formo um arco no céu quando pára de chover. O que é? (ARCO-ÍRIS)
  3. Qual é a coisa, qual é ela, que tem coroa mas não é rei, tem escamas e não é peixe? (ANANÁS)
  4. Qual é a coisa qual é ela que tem capa mas não é roupa, tem folhas mas não é árvore? (LIVRO)
  5. Qual é a coisa qual é ela, que mal chega a casa põe-se logo à janela? (BOTÃO)
  6. Sempre quietas, sempre agitadas, dormindo de dia, de noite acordadas. O que é? (ESTRELAS)
  7. É uma caixa pequenina, mas que pode rebolar. Todos a sabem abrir, ninguém a sabe fechar. O que é? (OVO)
  8. O que é, o que é, que corre sem ter pés, dá-te na cara e tu não vês? (VENTO)
  9. Tenho orelhas de gato, mas gato não sou. Tenho focinho e rabo de gato, mas gato não sou. Quem sou eu? (GATA)


     Espero que tenham gostado das atividades apresentadas. A autora apresenta mais, para além destas e acho que são todas muito interesssantes. A seleção das que apresentei foi complicada, porque realmente acho que toda a obra é bastante cativante. Agora cabe a vocês pais e educadores aproveitarem estas e talvez comprarem o livro para poderem experimentar todas, e com certeza terá bons resultados.

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